terça-feira, 20 de agosto de 2013

GOLPE DA CASA LOTÉRICA

20/08/2013 07h39 - Atualizado em 20/08/2013 07h57

Polícia prende suspeitos de aplicar 'golpe da lotérica' em SP

Grupo prometia às vítimas repassar concessão de loterias.
Suspeitos foram detidos em escritório no Centro da capital.

Do G1 São Paulo

A Polícia Civil prendeu suspeitos de estelionato que aplicavam o "golpe da lotérica", nesta segunda-feira (19), no Centro de São Paulo. Eles faziam anúncios em jornais prometendo facilitar o processo de aquisição de concessões de casas lotéricas em funcionamento. Pelo menos 50 pessoas foram vítimas da quadrilha, segundo a polícia - elas pagaram um adiantamento pela transferência das lotéricas.
Os suspeitos de 54, 52 e 48 anos foram detidos no escritório do grupo, no Centro da capital paulista. O delegado Alexandre Batalha chegou a atender a uma ligação de alguém que viu um anúncio no jornal e procurava os serviços do grupo.

A polícia conseguiu na Justiça autorização para quebrar o sigilo telefônico e comprovar o golpe. As vítimas do grupo são de vários estados.
“A gente consegue tudo direitinho na Caixa [Econômica Federal], só que pra isso, a gente tem que falar a mesma linguagem. Pra você poder assinar, você vai ter que pagar a taxa de transferência. Você vai ter que pagar antes de você assinar a concessão”, afirma um dos suspeitos, numa conversa com uma vítima.

As gravações também registraram o diálogo de um dos suspeitos com uma vítima de Maceió, em Alagoas. Ela pergunta qual é a margem de lucro e a localização da loteria. O suspeito de estelionato diz que a lotérica está em um supermercado e a margem de lucro é de R$ 18 mil.

Uma vítima de Piracicaba, no interior de São Paulo, foi repreendida pelo golpista por tentar apurar o repasse da concessão junto à Caixa Econômica Federal, como mostra a gravação obtida pelo Bom Dia São Paulo. “Eu fui à Caixa pra ver a questão da lotérica, porque está meio estranho. Isso daí está cheirando a golpe até. O pessoal falou que não tem como fazer isso”, disse a vítima.

“Eu acabei de falar pro Danilo que eu fiz a transferência pela Superintendência em Brasília, justamente porque a Caixa de Piracicaba bloqueia. Ela vai falar que não pode fazer e o senhor foi lá na Caixa falar”, afirma um suspeito.

“A lábia dos falsários, a maneira como eles se arquitetavam, tudo isso fazia com que os interessados acreditassem mesmo que estariam mesmo adquirindo uma concessão de lotérica”, afirmou o delegado Alexandre Batalha.
Uma mulher, que é a quarta integrante da quadrilha, foi presa antes da polícia chegar ao escritório no Centro de São Paulo. Todos presos foram levados para a delegacia de Mogi das Cruzes, no interior paulista, onde o crime começou a ser investigado.

Nenhum comentário: