domingo, 29 de maio de 2011

UM CIRCO CHAMADO BRASÍLIA!!!

O teatro em torno de Palocci
24/05/2011 - 21:50 | Enviado por: Migliaccio
Jornal do Brasil






Vou propor uma aposta.

Aposto que o caso Palocci não vai dar em nada.

Por quê? Como? A onda está forte. A oposição tenta surfá-la. Lula se preocupa, reúne os senadores petistas. O PSDB quer audiência com o procurador geral da República (Ré-pública).

Mas eu insisto. Não vai dar em nada. Palocci pode até sair do governo, e acho provável que isso aconteça ao final de alguns rounds e de uma negociação por cima ou por baixo do pano entre governo e oposição. Afinal, todos eles são políticos, e os juízes que os julgam são nomeados por políticos. Palocci deu azar, pois a roleta parou no número dele. Mas, no frigir dos nossos ovos, tudo vai ficar bem. Para eles.

Até Collor foi absolvido, esqueceram?



E não se iluda com o ímpeto denuncista da mídia. Mais do que melhorar o país, ela só quer trocar esse Palocci por outro Palocci mais simpático aos grupos que a conrtrolam.

Todos estão no mesmo barco: Lula, Serra, FHC, Cabral, Aécio, Paes, Cesar Maia, Gabeira etc. Podem ser honestos, mas todos têm um porém. Todos são bajulados pelo poder que têm, é natural que eles e suas famílias melhorem de vida. Entre propor um negócio da China a mim ou ao filho de um deles, quem você escolheria?

Ok, um ou outro exagera na cachoeira artificial no quintal de casa, mas em geral todos são prósperos cidadãos que venceram na vida.

Os únicos políticos que não fazem parte dessa casta de intocáveis não chegam ao poder nunca, porque os empresários não lhes dão dinheiro. Ou, quando chegam, é porque já viraram políticos. Ai, que saudade do PT de 1982. Do Lysâneas Maciel... onde anda o Olívio Dutra? Até o antes urgente Movimento dos Sem Terra virou uma estatal.

Votei na Dilma por achar que o Lula gastou melhor o nosso dinheiro com quem precisa, gosto do Lula, distribuiu a renda como nenhum outro, no entanto o pântano é por demais espesso, o enredo é amarrado demais.

Nesse teatro previsível, um ou outro perde o cargo. Se não for mesmo da panelinha (na qual convivem partidos supostamete "adversários"), o gatuno da vez pode até perder a moral. Amargar uns dias atrás das grades até que um juiz lhe devolva a liberdade. Para que possa andar livre por aí, envergonhado, olhando para o chão e torrando seus milhões.

Outro dia voltei a Brasília, é odioso. Aqueles barnabés vagabundos e semianalfabetos dirigindo aqueles carros importados como se fossem empresários. Ganham muito e nada funciona. Podem fazer greve o ano inteiro que não são demitidos. E, nas cidades satélites, a droga e o crime engolindo a juventude.

Os funcionários públicos que querem trabalhar direito acabam alijados pela engrenagem viciada. Um amigo me conta o jogo político e de apadrinhamentos na Petrobras. Se ainda assim ela é uma das maiores empresas do mundo, é porque temos muito petróleo mesmo. Mas esteve sempre ao sabor dos políticos, eles têm o poder. Ontem tucanos, hoje petistas... eu sei como é, trabalhei em rádio e TV estatais.

É assim desde Cabral (o Pedro). Ou melhor, desde os caciques tupis. Melhor ainda, desde os chimpanzés... em cujos bandos macacos políticos fazem demagogia (isso mesmo, o macho alfa distribui bananas para se manter na liderança). A lição é simples: farinha pouca, meu pirão primeiro.

E não há mais espaço para rupturas. Veja a repressão na Síria. Não se iluda, se o povo começasse a quebrar tudo aqui os tanques dariam cabo de nós. Creio que nunca mais haverá uma queda da Bastilha, uma Sierra Maestra. As drogas, o dinheiro e a TV tornaram o ser humano imbecil demais para gerir seu destino.

E o pior é que, além de tudo que passamos no dia a dia, com a falência dos serviços públicos, a corrupção e o favorecimento, ainda somos obrigados a assistir a essa novelinha tantas vezes reprisada, narrada pelo casalzinho do telejornal das oito e que termina numa pizza fria e massuda servida num balcão de botequim.

Que cara pessimista, podem pensar. Nada disso, sei que o mundo tem jeito. A saída está na pureza, na alegria e na bondade das crianças de 3 anos. Essas mesmas às quais não damos a menor atenção.

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