quinta-feira, 28 de abril de 2011

PREFEITURA DE S. JOSÉ DOS CAMPOS/SP, ADMINISTRAÇÃO CAPENGA- PARTE III








REGIÃO
Abril 28, 2011 - 04:00
"Empresa" foi contratada em caráter emergencial Cury gasta R$ 516 mil em 30 dias para cobrir faltas de 8 médicos
[N/D]

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), informou ontem que a contratação de uma empresa de saúde por R$ 516 mil neste mês, por um período de 30 dias, tem por objetivo cobrir a ausência de oito médicos da rede municipal.
A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Bandeirantes. O prefeito sugeriu que esse grupo de médicos estaria se negando a fazer horas extras para boicotar a prefeitura e que o movimento poderia ser orquestrado pela oposição, em referência ao médico da rede Paulo Roitberg, que foi secretário de Saúde da ex-prefeita Angela Guadagnin (PT), entre 1993 e 1996.
Para Cury, o secretário de Saúde, Jorge Zarur, agiu corretamente ao contratar o serviço emergencial.
A Ideais (Instituto de Desenvolvimento Estratégico e Assistência Integral à Saúde) foi contratada no último dia 15 pelo governo municipal em caráter de urgência, com dispensa de licitação. O contrato é renovável.
Pelo valor do contrato, os oito médicos plantonistas substitutos disponibilizados pela empresa custariam cada um, por cinco plantões entre abril e maio, R$ 64,5 mil. Um médico concursado da prefeitura recebe hoje cerca de R$ 500 por plantão.
Questionado sobre o custo do contrato na rádio, Cury afirmou que, esse sistema (de terceirização) ficou mais "barato" para o governo.
Mobilização.
A classe médica de São José deflagrou, no início deste mês, uma série de protestos para tentar sensibilizar o governo quanto a necessidade de um reajuste salarial.
A categoria alega que está há 16 anos sem aumento real no salário base para 20 horas, que é R$ 2.200 --no período, os vencimentos só receberam a correção da inflação.
Uma das ações propostas pela categoria seria boicotar a realização de horas-extras. Porém, os médicos negam qualquer ação nesse sentido.
"Esses oito médicos que o prefeito citou não faltaram, eles simplesmente se negaram a fazer hora extra, porque estão cansados. Não houve boicote", afirmou a médica Márcia Saraiva, que integra uma comissão para dialogar com o governo o reajuste salarial.
A comissão teme que a contratação da Ideais seja uma forma de retaliação do governo, para coibir os protestos.
Apoio.
A diretora do Sindicato dos Servidores, Zelita Ramos, saiu em defesa dos médicos. "Essa questão de boicote, que o prefeito afirmou, é um álibi que a administração arrumou para cobrir o déficit de médicos na cidade", disse.
"Tenho conversado com o pessoal de todas as regiões e não há boicote. O prefeito está procurando um porquê para justificar a falta de médicos", disse o presidente do Conselho Gestor da Unidade de Saúde do Campo dos Alemães e usuário do sistema, José Rocha da Conceição.

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