quarta-feira, 23 de março de 2011

ARGENTINO EXIGE DISTÂNCIA DO ABAPORU (Abaporu vem dos termos em tupi aba (homem), pora (gente) e ú (comer), significando "homem que come gente")





- Atualizado em
22/03/2011 19h44



Dono exige distância e condição especial para emprestar 'Abaporu'

Quadro integra mostra de artistas brasileiras no Palácio do Planalto.
Público poderá ver exposição com 80 obras a partir desta quinta (24).






Iara Lemos




Do G1, em Brasília










O argentino Eduardo Constantini, proprietário do quadro "Abaporu", de Tarsila do Amaral, fez uma série de exigências para ceder a obra à exposição "Mulheres, artistas e brasileiras", que será aberta ao público nesta quinta (24), no segundo andar do Palácio do Planalto.


Montada a pedido da presidente Dilma Rousseff, como parte das comemorações do mês da mulher, a exposição faz uma homenagem às principais artistas plásticas brasileiras. Apresentada à imprensa nesta terça (22), a mostra reúne 80 obras, produzidas a partir do movimento modernista de 1922. No último sábado, recebeu a visita do presidente dos EUA, Barack Obama.


Segundo o curador da exposição, José Luis Hernández Alfonso, o "Aboporu" precisou ficar em uma parede separada, com uma distância de cerca de um metro do público. O translado do quadro, comprado pelo argentino por US$ 1,5 milhão em 1995, foi feito por policiais e batedores, apenas à noite.

Assim que chegou ao Palácio do Planalto sob forte esquema de segurança na última quarta-feira (16), a obra ainda precisou ficar por 24 horas fechada para que se adaptasse à umidade e à temperatura do local.


A exposição foi montada entre os dias 10 e 18 de março. Parte das paredes que estruturam a mostra foram trazidas de São Paulo pelo Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). O museu ainda cedeu 20 obras para a exposição, entre telas, esculturas, desenhos, fotografias, e tapeçarias de 49 autoras brasileiras.

Obars expostas na mostra aberta ao público nesta terã-feira (22), no Palácio do Planalto (Foto: Iara Lemos/G1)Obras expostas na mostra 'Mulheres, artistas e brasileiras', no Palácio do Planalto (Foto: Iara Lemos/G1)

"Esta é uma exposição de mulheres artistas. Não quer dizer que seja uma exposição feminista. A arte não tem gênero. O que decide a obra é a criatividade”", afirmou o curador.


Dividida em seis partes, a exposição começa pelas pinturas, fazendo uma homenagem às artistas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.

A segunda parte é dedicada à técnica ao desenho. Logo em seguida, o visitante poderá conferir obras tridimensionais. Gravuras, fotografias e cultura popular vêm logo na sequência. A última parte da exposição é dedicada ao "“Abaporu"”.


"“Pensamos a exposição com o “'Abaporu'” no fim para que as pessoas possam entrar e ver toda a exposição. Sabemos que esta é a obra mais esperada”", disse o curador.

O curador da mostra, Jose Hernández Alfonso (Foto: Iara Lemos/G1)
O curador da mostra, José Luis Hernández Alfonso


(Foto: Iara Lemos/G1)

A presidente Dilma, que, segundo o Planalto se empenhou pessoalmente para que a exposição fosse realizada, tem visitado com freqüência a mostra, quando está no Palácio.

"A presidente é uma pessoa muito culta, entende muito de arte, conhece os artistas. Ela gosta muito de vir aqui, ver a exposição, e eu fico muito honrado com isso"”, disse o curador.


A mostra ficará no Planalto de quinta (24) a 5 de maio, com visitação gratuita das 10h às 16h. Na quarta (23) à noite, a presidente Dilma Rousseff abre oficialmente a exposição, apenas para convidados, entre os quais o dono do "Abaporu", Eduardo Constantini.

 

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